segunda-feira, 25 de março de 2013

Quando 'euteamo' é pouco


Quando todo e qualquer verso poético não satisfaz
Quando nem Caio, nem Fernando, nem Carlos.. descreveriam
Quando nem Chico, nem Caetano, nem Roberto.. entenderiam
Quando nem vento, sol, chuva, brisa de verão.. amansariam
Quando nem colo de mãe, nem tempo, nem choro.. curariam
Quando um abraço é tudo
Quando um beijo é mundo
Quando um olhar é sumo

A respiração acalma, a alma acalma, e toda calma ali está.
Nos braços, nos laços, nos traços dos embaraços e desembaraços.
Nos corpos o cansaço do desejo tácito... Um nó.

Quando dois são um
Quando caminhar é juntar caminhos
Quando a vontade é comum
Quando felicidade é trocar carinhos
Então se entrega coração, artérias, rins, pulmão, cérebro e todo o resto nas mãos
E confia não só o sentir, mas o ser e o existir
Sem esperar, mas sabendo que é ali que se deve estar

Quando não faz mais sentido ficar longe, e nenhuma briga vira adeus
Quando o medo maior é pelo outro, e suplicas a existência de um deus
Que ouça tuas preces, que cuide e se apresse
Pra não o deixar cair, não permitir ferir, pra não sucumbir... Cuida. 
Cuida do teu bem maior como se cuida de uma flor rara, de uma pedra cara, de um diamante.
E segue adiante olhando pro lado, porque sabes que por mais que o futuro e o passado desabem...
O presente é teu presente maior.

Ainda não existem versos pra isso tudo
Quando tenta as palavras e fica mudo
Não existe nada igual no mundo todo
Porque ‘eu te amo’ ainda é muito pouco.