os dias e noites bambeiam
e eu aqui, vinho.
Choram,
as palavras e as coisas choram
mas as uvas vinho.
Todos presenciam
um mundo em desatino
enquanto eu vinho.
Retrucam as placas,
os avisos luminosos,
os carros com sirenes
e os semáforos;
enquanto alguns
vinho.
A sobriedade mórbida e sem sabor
retrucou, infame, a embriagues.
Que se lasque!
Que se foda!
Que se vinho tudo!
Alguns,
entristecidos,
angustiados,
interrompidos..
Vinho!
Paco,
Dionísio,
Cristo..
Vinho.
Eu ausente,
eu presente,
eu vinho.
Se nada der:
vinho.
Se comemorar:
vinho.
Pra descontrair:
vinho.
Pra filosofar:
vinho.
Se hei de me embriagar ou não,
Se almoço ou janto,
Se brindo banquetes ou
discurso beirando ruas estreitas,
Eu vinho.
(Sofia)