sexta-feira, 23 de março de 2012

Cometa Primaveril

E de repente, num relampejar de luzes, como num feixe de estrela, tudo volta brilhantemente a ser belo. Mas, tão breve quanto, vai-se embora sem dizer se volta, se sente, se quer outrora vir e ficar.
Insípido, incrédulo, como sorriso que se fecha ao brotar cortante realidade.
Da primavera fez-se escuro inverno, sem dar tempo ao calor maior.
Deixou nos lábios a vontade, e na saliva o gosto de quero-mais.
Não sabia ao certo se era vida real ou trama inventada, fonte da mais pura imaginação, na certa desejo...
Sabia que era tão bom que o coração parou, só pra assistir à cena.
Pensou mil coisas mas nada disse, ouviu mil coisas sem saber o que pensar.
Foram segundos que duraram horas ou horas que duraram segundos, não sabe, esqueceu de reparar nos outros ou sequer se haviam outros. Não olhou  pros lados, tropeçou nos passos, nos lábios, nos olhos, nos braços...
Quando caiu, ouviu-se sonoro estrondo. Quando os porquês e comos chocaram-se atônitos, a razão parou sua valsa descompassada. E enrubesceu apática ao dar-se conta de que nada daquilo podia senão, ser fantasia, brincadeira, leve brisa passageira.
Logo então, o momento passou, e o que ficou dói um pouco ao ser tocado. Aperta um pouco, enche os olhos e também o peito, mas tem um gosto... Um gosto marcante agridoce que nunca mais sai da gente. Alguns chamam saudade, e outros fogem do assunto.

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