segunda-feira, 22 de abril de 2013

Adultecer


Então chegas numa etapa na vida, essa em que o uísque já não dá mais conta dos teus sofreres; tempo em que o travesseiro não suporta mais tuas lágrimas. Imploras colo de mãe.. Em vão.

Queres o calor dos corpos pra saciar a falta, mas a falta é infinita como buraco negro. Queres a certeza de um amor febril, mas a febre só lhe traz delírio... Mais nada.

É chegado um tempo em que fechas as cortinas em receio ao sol imperativo; tempo de figuras noturnas, notívagas, tempo de corujas atentas e morcegos sedentos. 

Pensas no futuro, uma página em branco, um caderno com rabiscos; o futuro ficou pra trás... Há falta.

Pensas em acomodar, em conformar; esqueces os sonhos, não há tempo. Tem pressa em viver, tem pressa em ter.. Não és.

Esqueceu sua criança no armário das mochilas, já não pensa em sair da cidade, que dirá do país.

(...)

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