Então chegas numa etapa na vida, essa em
que o uísque já não dá mais conta dos teus sofreres; tempo em que o travesseiro
não suporta mais tuas lágrimas. Imploras colo de mãe.. Em vão.
Queres o calor dos corpos pra saciar a
falta, mas a falta é infinita como buraco negro. Queres a certeza de um amor
febril, mas a febre só lhe traz delírio... Mais nada.
É chegado um tempo em que fechas as
cortinas em receio ao sol imperativo; tempo de figuras noturnas, notívagas,
tempo de corujas atentas e morcegos sedentos.
Pensas no futuro, uma página em
branco, um caderno com rabiscos; o futuro ficou pra trás... Há falta.
Pensas em acomodar, em conformar; esqueces
os sonhos, não há tempo. Tem pressa em viver, tem pressa em ter.. Não és.
Esqueceu sua criança no armário das
mochilas, já não pensa em sair da cidade, que dirá do país.
(...)
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