quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vinho, um Verbo

Bambeia,
os dias e noites bambeiam
e eu aqui, vinho.
Choram,
as palavras e as coisas choram
mas as uvas vinho.

Todos presenciam
um mundo em desatino
enquanto eu vinho.
Retrucam as placas,
os avisos luminosos,
os carros com sirenes
e os semáforos;
enquanto alguns
vinho.

A sobriedade mórbida e sem sabor
retrucou, infame, a embriagues.
Que se lasque!
Que se foda!
Que se vinho tudo!

Alguns,
entristecidos,
angustiados,
interrompidos..
Vinho!

Paco,
Dionísio,
Cristo..
Vinho.

Eu ausente,
eu presente,
eu vinho.

Se nada der:
vinho.
Se comemorar:
vinho.
Pra descontrair:
vinho.
Pra filosofar:
vinho.

Se hei de me embriagar ou não,
Se almoço ou janto,
Se brindo banquetes ou
discurso beirando ruas estreitas,

Eu vinho.

(Sofia)

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