quinta-feira, 2 de junho de 2016

Encontro

Nos encontramos numa esquina qualquer.

Talvez num bar,
num café,
num teatro...
A peça sequer era Shakespeare.

Nos encontramos sem querer,
mas voltamos a nos ver,
talvez por ambição.

Talvez numa noite de carnaval,
numa festa de gente comum...
Naquela taça de vinho.

Nos cativamos nas pequenas coisas e nas grandes também.

Talvez,
ao nos encontrarmos,
os desencontros tenham todos tirado o dia de folga,
abismados com tamanha oportunidade perdida.

E o céu, por mais chuvoso que talvez estivesse, sorriu...
consentindo à trapaça das horas.

Nos encontramos num fio de cabelo,
num cheiro específico,
num sabor agridoce,
numa música ou num silêncio
...

Mas nos encontramos.

Permitimos nos encontrar.

Nessa esquina conturbada da vida...

Nós, mais que isso, quisemos nos encontrar.

E a cada passo que caminhamos juntos pela quadra seguinte daquela esquina,
a cada passo que cruzamos para a próxima quadra,
a cada passo que nossos passos se encontram...

Silenciosamente eu agradeço,
por termos nos encontrado
e por ainda nos encontrarmos,
religiosa e insistentemente
naquele dia e naquele talvez.

(Luiza)

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