sexta-feira, 23 de março de 2012

Infância Difícil...

A vida se torna um jogo sem nexo algum quando os sentidos todos se contradizem ou pior, se desfazem..
Filha mais velha, pais separados, casa dos avós desde os 6 anos de idade.. Escreveria com facilidade um livro de crônicas trágicas a respeito dessa figura que vos falo, calejada pela vida, surrada por tudo e por todos..
Os mais otimistas costumavam dizer que ela sobreviveria, os realistas, que jamais poderia dar certo..
Pai alcoólatra estourava “pedra” na lata, se contrariava, se contradizia.. sempre sem rumo, se algo o incomodasse era ela quem pagava penitencia.. Apanhava sem saber porque, sem que houvesse sequer um porque..
Pulava a janela, fugia de casa, qualquer lugar era refugio, qualquer canto era mais lar que a casa em que morava.. corria pras ruas.
Aos doze já não era mais virgem, a vida lhe roubou isso, esses caprichos e noções que as garotas costumam ter, não, ela era simples de viver.
Aos quinze debutou na cadeia, presa por pichação pagou com serviços comunitários.
Aos dezesseis, repetente, largou a escola e foi trabalhar.
Era briguenta e não costumava levar, desde muito cedo aprendeu que se apanhasse na rua apanharia o dobro quando chegasse em casa…
Mesmo em meio a todo o turbilhão no qual costumava navegar, sempre fez questão de ensinar certo e errado aos seus irmãos mais novos e, com a mesma psicologia com a qual fora educada, batia neles se saíssem da linha..

“moleque, faça o que eu digo e nunca o que eu faço..”

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