terça-feira, 15 de julho de 2014

Narcisos


O pássaro-narciso encantou-se ao deparar consigo.
O pássaro-narciso voou de encontro ao espelhado-vidro.
Admirou-se tanto quanto pode o que, em verdade, passou rápido.
Pobre pássaro pequeno e cinza, ao ver-se em furta-cor no espelho,
Reflexo das cores do mundo inteiro, encheu-se de vaidade.
Mas é pura verdade que num ímpeto tão forte de amor-próprio
Nada de maravilhoso há de brotar, e, o pássaro-narciso morreu...
A se admirar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário