Hei de me afogar nessa xícara de chá.
Sentindo o
sabor das lágrimas de ontem,
Sentindo o
miocárdio engasgar vez em quando,
Sentindo a
respiração já arrítmica, falhar.
Não vejo
fundo nessa xícara de chá.
Hei de
mastigar minha própria carne.
Pois tudo
que agora a língua toca, é insosso.
Pois a
textura de tudo que provo, é serragem.
Pois não há
mais fome de nada em meu corpo.
E já não
anseio a hora do almoço.
Hei de perambular
pela vida ausente de ser,
Fazendo de
minhas pernas alavanca para tijolos, quebrados.
Fazendo
minha morada nas coisas sujas, escarradas.
Fazendo cama
na fria lama que guarda invisíveis fardos.
Durmo de
lado trincando a dentária cerrada.
Hei de
morrer de amores não consumados,
Lutando
contra o common sense dos mais ansiados.
Lutando
internamente com sentimentos bestificadores.
Lutando
eternamente por meus mais-de-mil humores.
Brigo comigo
e sigo amando escondido...
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