sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

POEMAS À PRAGA (Poema IV: Das Partidas)

O chá esfria e as palavras se esvaem...
Como podemos fugir?
Como podemos ficar?

O cigarro não amansa mais,
ante ao sentimento de adeus
que ladeia nosso abismo particular.

Pudera eu ficar nesta cava
por todo o sempre assim,
alheio ao amanhã e ao ontem,
sem medo da morte.

O chá esfriou.

Morte o que é,
senão um chá que esfria
e acaba pela metade?

Chá o que é,
sem teu teto nouveau,
tuas paredes ornadas em ouro,
mais teu sabor gengibre-quente?

Te bebo.
Te fumo.
Te amo.

Te deixo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário