Nevascas convexas
Convenções diversas
Fés e suplícios
Correntes de quereres
Mártires domingueiros
Virgindade e torpor
Sonhos ilusórios
Culpados e coniventes
Madrugadas vagueadas
Bebedeiras e camaradas
Dias suando paixão
Os demônios na torre avisaram sobre as humanidades falhas; sobre a queda da bastilha, do império e da república também.
Platão estava errado, não há possível civilidade ou qualquer inatismo aos homens.
Há somente o animal e a contenção preventiva do ser instintivamente violento.
Há a transfiguração do certo, para justificar ações e princípios maquiavélicos.
Maquiavel não soube, Descartes não soube, tampouco Nietzsche chorou.
Mentiras encobrem séculos, séculos acobertam verdades, nada sabemos e nada saberemos.
-Sangraremos nossa nulidade.
Escorreremos nossa ignorância sob os apóstolos póstumos que divergem aos demônios na torre.
Olharás então teus átomos, um a um, desprenderem do que fora tua massa para agora banquetear qualquer verme ou animal sem paladar.
-Te sentes agora?
Esse húmus na terra a entranhar-se em algo maior e de propósito mais grandioso que tu.
-Patético bípede de ego incorrigível!
Mas o relógio na torre fizera seu papel; avisara ao réu do risco e do rumo, da pequenez de tudo e da insignificância do ter.
-Não culpe o relógio, não olhe para torre que agora zomba das tuas humanidades.
A torre que assistiu ascensões e quedas, vitórias e perdas, suicídios, encontros casuais, lágrimas, sorrisos, desatinos, glórias e medos.
Inútil resultará tua história aos bichos que, em toda sua irracionalidade, sobreviveram para assistir ao teu fim.
O rumo de tudo,
findar num súbito..
O princípio do todo,
amortecendo o luto..
(Marcos)
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