domingo, 28 de junho de 2015

final mente

Tempestades veranis
Nevascas convexas
Convenções diversas
Fés e suplícios

..Ao fim inerente

Correntes de quereres
Mártires domingueiros
Virgindade e torpor
Sonhos ilusórios

..Rumos convergentes

Culpados e coniventes
Madrugadas vagueadas
Bebedeiras e camaradas
Dias suando paixão

..Marcham ladeados

Os demônios na torre avisaram sobre as humanidades falhas; sobre a queda da bastilha, do império e da república também.

Platão estava errado, não há possível civilidade ou qualquer inatismo aos homens.

Há somente o animal e a contenção preventiva do ser instintivamente violento.

Há a transfiguração do certo, para justificar ações e princípios maquiavélicos.

Maquiavel não soube, Descartes não soube, tampouco Nietzsche chorou.

Mentiras encobrem séculos, séculos acobertam verdades, nada sabemos e nada saberemos.

..Ao findar a linha tênue que corta  horas frágeis e sangra sem pressa, nada saberemos

-Sangraremos nossa nulidade.

Escorreremos nossa ignorância sob os apóstolos póstumos que divergem aos demônios na torre.

..Incoerentes e ocos de matéria e razão

Olharás então teus átomos, um a um, desprenderem do que fora tua massa para agora banquetear qualquer verme ou animal sem paladar.

-Te sentes agora?

Esse húmus na terra a entranhar-se em algo maior e de propósito mais grandioso que tu.

..Besta animalesca, querendo fazer sentido quando vírus qualquer pesa mais ao universo

-Patético bípede de ego incorrigível!

Mas o relógio na torre fizera seu papel; avisara ao réu do risco e do rumo, da pequenez de tudo e da insignificância do ter.

-Não culpe o relógio, não olhe para torre que agora zomba das tuas humanidades.

A torre que assistiu ascensões e quedas, vitórias e perdas, suicídios, encontros casuais, lágrimas, sorrisos, desatinos, glórias e medos.

..As luas passarão por aqui sem notar tua ausência, ninguém notará e nada lamentará tua falta.

Inútil resultará tua história aos bichos que, em toda sua irracionalidade, sobreviveram para assistir ao teu fim.

O rumo de tudo,
findar num súbito..

O princípio do todo,
amortecendo o luto..

..à morte.


(Marcos)

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