Um maço de cigarros é pouco
Eu já meio rouco, meio louco e perturbado
deito de lado e o sono, maldito seja,
nunca vem me visitar.
Queimo meus traumas
Um maço de cigarros é pouco
Penso em todas as almas e,
nas dualidades jamais conhecidas, sequer vistas,
daqueles que foram cedo demais.
Queimo meus amores
Um maço de cigarros é pouco
Toco meu corpo com a frieza de invernos passados e,
ao preconizar o gozo, paro tudo de vez.
Talvez por receio aos prazeres fugazes,
furtivos, vorazes, que findam sempre.
Queimo minha própria existência
Todos os maços de cigarros ainda serão pouco
Fito os horizontes dispensando companhias,
alucino com as covas dos dias de monotonia
mas nada leva a rotina daqui, finges sorrir
eu não.
Queimei meu coração dias atrás
Nenhum maço de cigarros dá conta...
Respiro fundo e sinto tudo, acendo um cigarro brindando o imundo
vazio existencial
tristeza passional
depressão sazonal
habito ocupacional
Queimo um maço de cigarros...
-Não confio em quem não fuma.
(João Augusto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário