terça-feira, 10 de abril de 2012

Todo o Pranto


Uma lágrima caiu no asfalto...
Feia e suja; lavando toda impureza da rua, juntando toda a poeira que pertencia àqueles olhos borrados.
Sem precedente, sem justificar; sentindo simplesmente, uma vontade de cair pra nunca mais voltar.
Era dura e oca, sentimental demais, exagerada e excedente, mas simplesmente era... Uma lágrima.
Daqueles olhos que se despiam tão despudoradamente, frente a outros tantos indiferentes ao seu pranto.
Daquela alma desnuda, que clamava calor, que pedia atenção, que ouvia o coração e calava.
Conteve o grito e qualquer alarde.
Conteve reclamações e tantas outras palavras.
Conteve a garganta engasgada e mais uma represa cheia de tantas outras lágrimas.
Reclusa, repleta de intimidade; desde paixão maior, tristeza mundana, à raiva exclamada.
Mostra pouco... Mostra muito.
Quer dizer... Não diz.
É tudo junto, ao mesmo tempo, misturando, embrulhando o estômago, pedindo um tempo.
Não dá, tem que ser, tem que sair, tem que rolar, tem que cair.
Uma lágrima caiu no ócio.
Era feia.
Era suja.
Mas era pura, tenho certeza.

...Era uma lágrima.

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