-Sai da frente que eu
to descendo!!
Foi exatamente essa a cena.
Ela estava descendo
em sua pequena bicicleta lilás o morro da rua de casa;
Beirava os cinco anos de idade e nunca se contentara com as brincadeiras de boneca; gostava de subir nas arvores, de jogar futebol com os meninos, etc.
Já na metade do morro, seu cachorro atravessou em sua direção... Ela não tinha freios, no entanto, preferiu mesmo já tendo ganhado velocidade, se jogar no cascalho a atropelar o animal.
Beirava os cinco anos de idade e nunca se contentara com as brincadeiras de boneca; gostava de subir nas arvores, de jogar futebol com os meninos, etc.
Já na metade do morro, seu cachorro atravessou em sua direção... Ela não tinha freios, no entanto, preferiu mesmo já tendo ganhado velocidade, se jogar no cascalho a atropelar o animal.
Machucou-se muito, esfolou, bateu, sangrou; mesmo assim,
levantou rápido e prontamente foi prestar assistência ao cão que não havia
sofrido sequer um arranhão.
Entendeu?
É da natureza dela, esquecer-se de si.
Desde aquele dia, deixou-se de lado pra cuidar de qualquer
pessoa que chegue perto o suficiente.
Ela não tem medo de se machucar; ao contrário, ela sabe que vai se machucar. Sabe que vai
sofrer, sabe que vai chorar, sabe dos riscos todos...
Ela optou por arriscar e assume todas as consequências.
Optou por ser desmedida; por tentar sempre, por sonhar sempre, por amar muito, por viver muito, por andar pelas ruas à noite, por confiar em todos, por abrir o coração, por não esconder o choro, por escolher a canção, pelo drama e pela risada alta, pelo romance e pelo uísque... Bebidas quentes, coração quente...
Optou por ser desmedida; por tentar sempre, por sonhar sempre, por amar muito, por viver muito, por andar pelas ruas à noite, por confiar em todos, por abrir o coração, por não esconder o choro, por escolher a canção, pelo drama e pela risada alta, pelo romance e pelo uísque... Bebidas quentes, coração quente...
Talvez ela precise de alguém que cuide dela, mas é difícil
dizer; parece mesmo que é assim que deve ser... Sozinha, se doando demais,
aceitando migalhas gratuitas, mas sem nunca pedir algo em troca...
Dizem que ela gosta
mesmo é dos abraços.
Alguns se sentiam culpados, outros se apaixonavam. De uns
ela arrancou lágrimas, muitos a levaram às lágrimas. Por todos ela sentia, pelo sim e pelo não, sentia muito.
Ninguém tem culpa; naquele
dia ela fizera sua escolha...
Descer o morro sem
freios.
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