Às vezes eu penso
demais
E então minha cabeça
pesa
Logo meu peito aperta
Minha mandíbula cerra
E eu me esqueço de
respirar
Um dia desses quase perdi,
Minha parada.
Dentro do ônibus,
Parada.
Esqueci onde era mesmo o meu lugar
Casa bacana
Barraca ou cabana
Marquise, viaduto ou sei lá
Eu que sempre chamei todo canto de lar
Calada.
Desço mecânica
Caminho, torta
Mas quem se importa
Não há quem possa me salvar
Há essas horas da noite
Em que as pessoas correm
Em que as luzes morrem
Ouço então a plateia me saudar
À minha cadência
À minha de-cadência
À minha demência...
E é com certa violência
Que me lanço às ruas
Que me entrego à lua.
Não ando em calçada ajeitada
Sinto o piche da rua asfaltada
Olho o céu
Olho o chão
E só então
Eu penso...
Às vezes eu penso
demais
Minha cabeça pesa
Meu peito aperta
Meus dentes rangem
E eu me esqueço de
respirar..
Nenhum comentário:
Postar um comentário