sexta-feira, 11 de maio de 2012

Quarentena


Raspar a cabeça
Trancafiar-se
Bons filmes
Bons livros
Boa música
Uísque
Nudez
Poesia 
Filosofia
O gato mia...
Esquizofrenia

Sinto que há em mim uma tendência esquizofrênica; uma vontade arrebatadora de sumir do mundo social, como uma espécie de quarentena.
Vontade de calar, de não precisar forçar bom-humor ou sorrisos platinados, de não desejar “bom dia” nem atender a quaisquer ligações; vontade de tolerar só a mim, de estar só e em silêncio, de curtir o ócio, o vazio das horas..
Seria como uma bruta limpeza pra tirar as impurezas que a rotina impregna em minha carcaça. Algo radical como raspar a cabeça, me despir, meditar, não comer, não falar, abrir a mente e dedicar tempo integral às coisas que quero aprender; dar lugar às artes, ler todos os livros os quais me interesso, assistir a todos os clássicos do cinema, espetáculos de dança e teatro e muita, muita música.
Nada de jornais, revistas, moda, política, falso moralismo, hipocrisia, falso humanismo, capitalismo, economia, previsão to tempo, transito ou engarrafamento.. E tudo mais que manipula direta ou indiretamente, descarada ou discretamente, o comportamento dos “seres sociais”.

Parece T.O.C., mas em verdade, isso tem me despertado urticárias; Penso muito, e, quando deito a cabeça no travesseiro me cubro completamente pra ver se reduzo meu âmbito à área cúbica que habito enquanto durmo, ou seja, minha cama e eu; e então esse é o meu mundo até a hora de acordar.

Despertador
Levanta
Café-preto
Banho-frio
Preguiça
Uniforme
“Bom dia”
Correria
Todo o dia
O telefone
A campainha
Mão na buzina
O gato mia...

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