sexta-feira, 27 de julho de 2012

Canto porque o instante existe

Canto porque o encanto insiste
Em se fazer presente
Sou alegre, mas sou triste
Junto à dúvida que existe
Sou breve
Sou só.

Pudera eu correr sem direção
Mas os caminhos há muito se perderam
E o que restou esconde-se dos olhos
Restam só devaneios
Loucos
Pungentes
Sós...

As placas gritam afoitas
Ordens que desconheço
Quando só, padeço
Num silêncio oblíquo
Carrasco de mim
Sem dó
Comum nó.

Mas quando a canoa virou
Ninguém veio me avisar
Olê-olê-olá
Cantarola
Cantarolará.

Ninguém pôde me abrigar
E eu fiquei em alto mar
E eu fiquei ali no altar
À deriva
Junto às algas
Junto às mágoas
À maré
Amar é...

Triste.

E eu?

...Eu canto porque o instante insiste.

Um comentário:

  1. Muito bom!
    É fato que atrás desse rostinho meigo e desse sorriso encantador existe uma pessoa muito interessante.

    ResponderExcluir