quarta-feira, 27 de agosto de 2014

lánanóia



T.O.C.
Carta à minha psicose:
É engraçado como as coisas são,
Todas tão rasas e breves, todas tão fáceis
Mas eu não. Eu sou fundo como um poço cujo final jamais foi visto.
Transtorno Obsessivo Compulsivo
E vivo por aí me escondendo, perambulando, me largando por todos os cantos
Transformando-me em caos, em medo, em sofrimento e em toda dor que sequer me cabe
Minha cabeça não sabe mas o peso que meus ombros carregam não são fardos meus, e sim, eu.
Transtorno
Sigo me carregando por aí, me mastigando devagar sem nunca conseguir me engolir, me cuspindo no
asfalto, me esquecendo nos matos, nos confins de tudo que aguarda e cuja sombra eu resguardo
Regurgitando minha existência, gritando minha sentença de ser triste perpetuamente e por 
nada. Pena-de-morte irrevogável, por crime premeditado e, jurisprudentemente culpado.
Obsessivo
E queimo por dentro enquanto por fora sou todo frio, sou calafrio, sou arrepio e um
emaranhado de suspiros e engasgos e espasmos e uns sem-fim de medos.
Desmedidos, acometidos, mistificados, mal-entendidos... Nulos.
Compulsivo
Chuto o ar e grito aos ventos, minha mente não suporta
Atrás das costas bato essa pitoresca porta
Escondendo a condição grotesca
Da zona confortante do 
Não ser nada
E morrer
No fim. 
NÓIA.

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