sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

POEMAS À PRAGA (Poema II: Das Renúncias)

Estendi meus planos, insatisfeito, com cede de ti.

Te desejava e te despia
um pouco a cada esquina,
a cada prédio barroco,
a cada obra de Mucha.

Não tinha pressa,
apesar das horas correrem contra mim.

Parávamos em meio a multidão,
nas horas exatas,
para assistir o exibicionismo dos apóstolos na torre.
Quarenta segundos se passavam estáticos,
logo voltava a beijar-te.

Fizera-me refém de ti.
Refém de teus braços e pernas.
Refém das tuas noites frias.
Refém de Kafka e de Charles.

Sobre a ponte cogitávamos suicídio
da forma mais bela, lúdica e poética.
Era eu, tão apaixonado por ti naquele instante,
que nada mais existia...
Nem passado.
Nem mundo.
Nem ninguém.

-Minha cara, o tempo não existe...
e tão pouco pode correr.


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